01 junho 2011

Rochas trazidas pela Apollo 17


Rochas trazidas pela Apollo 17 indicam água no interior da Lua

Estudos realizados por pesquisadores americanos revelaram pela primeira vez traços de água em amostras do solo lunar. De acordo com o estudo, a água estaria aprisionada em minúsculos glóbulos de rocha derretida transformada em material vítreo e presa dentro de cristais. Os dados mostram que as inclusões de água no interior do magma lunar são 100 vezes maiores que o estimado até agora.



As inclusões estudadas foram encontradas na amostra de origem vulcânica
74.220, formada durante erupções explosivas há 3.7 bilhões de anos e coletada
durante a missão Apollo 17, em 1972. Para chegar a esse resultado a equipe de
cientistas usou uma microssonda iônica de última geração.

O estudo, financiado pela agência espacial americana, Nasa, foi publicado na
edição de 26 de maio da revista Science Express e levanta questões fundamentais
sobre a "teoria do impacto gigante". Essa teoria prevê quantidades muito
pequenas de água nas rochas lunares, especialmente devido à desgaseificação catastrófica ocorrida no momento da suposta colisão entre a Terra e um objeto
do tamanho de Marte e que teria dado origem à Lua.

De acordo com o principal autor do estudo, o geoquímico Erik Hauri, ligado
Instituto Carnegie, de Washington, a água desempenha um papel crítico na
determinação do comportamento tectônico das superfícies planetárias, além
do ponto de fusão das camadas interiores, localização e estilo das erupções.
"Em minha opinião, nenhum tipo de rocha coletada na Lua é mais importante
que essas amostras vulcânicas, que foram ejetadas em episódios de intenso
vulcanismo e que também foram identificadas em outros objetos do Sistema
Solar interior".

Em contraste com a maioria dos depósitos vulcânicos, essas inclusões
derretidas estão encerradas dentro de cristais o que impediu que a água e
outros materiais voláteis escapassem durante a erupção. "Estas amostras
 fornecem a melhor visão que temos sobre a quantidade de água do interior
da lua, na localidade onde esse material vítreo foi encontrado", disse James
Van Orman, coautor do estudo junto à Universidade Case Western Reserve.

Precedentes
Em 2008, um estudo feito Alberto Saal, da Universidade Brown, relatou
a primeiraevidência de água em vidros vulcânicos lunares. Na ocasião, Saal
utilizou modelosde desgaseificação do magma para estimar a quantidade de água
existente antes da erupção. Estudos posteriores também encontraram inclusões
similares  permitindo as primeiras estimativas de água no interior da Lua.

"Em 2008 nós inferimos que a quantidade de água nos magmas lunares
primitivos poderia ser similar à da lava do empobrecido manto superior
aqui na Terra", disse Saal. "Agora conseguimos provar isso", disse o pesquisador.

O estudo também levanta uma nova possibilidade sobre a origem do gelo
detectado nas crateras nos polos. Até o momento, a presença do gelo tem sido
atribuída a impactos de cometas e meteoros, mas os pesquisadores acreditam
que é possível  que parte desse material seja proveniente da água liberada pela
erupção do magma lunar há bilhões de anos.

Link: http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Rochas_trazidas_pela_Apollo_17_indicam_agua_no_interior_da
_Lua&posic=dat_20110530-113038.inc


Foto: A imagem mostra uma inclusão extremamente delgada, encontrada na
 amostra 74.220 do solo lunar. Crédito: Saal lab/Brown University/Nasa/
Apolo11.com.

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